Meiosi com tomate na linha-mãe: resultado do plantio

Canavial apresenta ótimo desenvolvimento e números interessantes na análise de solo

07/11/2022 08:00

Na edição 184 (janeiro de 2022), a Revista Canavieiros publicou a história do jovem agricultor, Fernando Arantes Nogueira, que ao lado de sua mãe, Ana Lúcia Galhardi Pratali Nogueira, toca uma operação canavieira em Cravinhos. Eles decidiram, num talhão de dez hectares com meiosi, liberar o espaço das entrelinhas para o plantio de tomate como cultura de rotação.

Na época, o produtor relatou a grande quantidade de adubo (duas toneladas de 4-28-8) e calcário utilizada no tomateiro. Outro ponto de observação foi dito pelo agrônomo da Canaoeste na região, Marco Antonio Polegato da Silva, sobre a necessidade do uso do herbicida na pré-emergência, isso em decorrência da sensibilidade da cultura parceira a uma gama dos produtos para cana.

No início do mês de agosto, a reportagem da Revista Canavieiros voltou à fazenda para conferir o resultado do plantio e se deparou com um canavial extremamente vigoroso, sem a identificação de falhas e com folhas verdes e sadias, mesmo já enfrentado um bom período de estiagem.

 Além do acompanhamento técnico de Polegato, o produtor contou com o apoio do agrônomo da Copercana, Antonio Luís Toniolo na montagem de uma estratégia para o controle das invasoras, que dominaram a área com diversas espécies, porém o capim-colchão em maior número.

Numa primeira aplicação, na linha mãe, ainda com o tomate, executada com bomba costal, como objetivo de controlar o colchão, foi feita uma mistura com o Sencor (metribuzin) e Calipen (mesotriona e atrazina).

Em seguida aconteceu a desdobra e, em 20 de abril, houve mais uma pulverização, agora para atingir todas as espécies presentes, em área total, sendo utilizado na calda a mistura do Grover (metolacloro e hexazinona), Dontor (picloram e 2,4D), Coact (diclosulamI) e Lumica (Mesotrione).

COMPARATIVO ENTRE AS ANÁLISES DE SOLO

Manejo que garantiu o fechamento do canavial no limpo

ADUBAÇÃO

Ao contrário do óbvio, a não necessidade de adubo no plantio, a recomendação dos técnicos foi a aplicação de 500 toneladas da fórmula 6-30-10: “A adubação do tomate foi muito forte em fósforo, porém o nutriente não tem mobilidade no solo. Assim, foi preciso garantir o fertilizante na linha de plantio para não correr riscos de atrapalhar o arranque da cultura”, explicou Toniolo.

O técnico ainda disse que o adubo utilizado pela cultura de rotação vai sendo encontrado com o crescimento da raiz, o que gera uma condição bastante favorável pensando em produtividade e longevidade.

Uma aplicação que o produtor deixou de fazer foi a fertilização pós quebra-lombo, desnecessária pela própria demonstração da planta e comprovada pela análise de solo. As amostras foram retiradas por volta de 100 dias do plantio, depois do quebra-lombo.

do plantio, depois do quebra-lombo. A base de comparação foi a análise do mesmo talhão no ano passado, quando aconteceu o último corte do ciclo. Segundo Polegato, o maior ganho é o V%, que saiu de um número preocupante para superar a marca dos 50%, o que significa que a fertilidade do solo foi restabelecida. O agrônomo ainda apontou para o cálcio, que evidencia a contribuição da cultura de rotação na correção do solo e o fósforo, quase duas vezes mais, estabelecendo uma boa reserva ao longo das safras.

Sobre o potássio, nutriente que reduziu a quantidade em relação a 2021, a explicação é de que a cana já havia utilizado uma quantidade expressiva para brotar e perfilhar além do fato dele ser muito volátil.

No final das contas, o consórcio cana e tomate foi positivo, com atenção ao controle das daninhas antes da entrada da cultura de rotação e também manter a visão de que a adubação de plantio não será descartada, o que fica será muito válido ao longo de todo ciclo.

Por: Marino Guerra

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