Folhas de cana-de-açúcar e céu

Produção de cana no Centro-Sul sobe 15% em relação à safra passada

Até dezembro já foram processados 619 milhões de toneladas de cana, um novo recorde para a região

05/02/2024 08:00

Com uma produtividade histórica, a safra 2023/24 também confirma a resiliência de um setor que, ao longo de sua trajetória, surpreende pela capacidade de superar desafios. Após amargar duas safras com indicadores abaixo da média, seja pela adversidade das condições climáticas, pelos danos causados pelas queimadas ou pela elevação do preço dos insumos, por conta de conflitos e guerras, a safra atual vem se caracterizando pela – digamos assim – redenção do setor.

Dados do início de dezembro apontam uma moagem de 619 milhões de toneladas, um novo recorde na região Centro-Sul, uma produtividade em média 15% acima da safra anterior. Isso sem levar em consideração que a safra se encerra oficialmente em março deste ano, o que indica que esse número pode subir um pouco mais.

E a tendência para a safra 2024/25, com início previsto para 1º de abril de 2024, é de que os números se mantenham próximos do patamar alcançado na safra atual, talvez não se igualando, mas com uma produtividade bem próxima.

O que ainda não se pode precisar é com relação aos preços, principalmente em relação ao etanol, cujo cenário ainda está sendo desenhado, a depender de aspectos políticos, preferências governamentais, subsídios e questões relacionadas à política energética. A remuneração do etanol depende de outras variáveis, inclusive o preço da gasolina, nesse caso tem mais a ver com o mercado do que exclusivamente, com a produção.

Na região de abrangência da Canaoeste, os números também são positivos, com uma produtividade estimada em 9% acima da safra anterior. O resultado econômico passou a ficar positivo, comparado a outras safras. Os preços de ATR se mantiveram favoráveis, considerando o preço positivo das commodities, até então.

Um fator que também contribuiu para um resultado mais satisfatório foi o recuo do preço dos insumos, principalmente fertilizantes, que apresentou em alguns casos reduções de até 40%, aproximando-se de um padrão pré-pandemia, conflitos e guerras fatores que influenciaram para a elevação dos preços.

Então, toda essa reacomodação dos insumos, aliada aos bons índices de produtividade dessa safra, dão um respiro ao setor, fazendo com que as coisas acabem se acomodando e entrando nos eixos, proporcionando um ano de ajuste, e respiro considerando a melhora no resultado final.

Vale ressaltar que o clima favorável foi fundamental para a retomada da produtividade de 2022 para 2023. E a manutenção dessas condições climáticas favoráveis projetam que a produtividade da safra 2024/25 deverá se manter próxima ao patamar da safra atual, marcando uma estabilidade na produção. 

Outro ponto bem importante é que o aumento na produtividade gera melhora a margem que, consequentemente, dispõe de maiores recursos para investir na qualidade do seu canavial. O produtor investe em tecnologia, em variedades, em técnicas de manejo, com a introdução de produtos biológicos, que refletem um canavial mais eficiente e cada vez mais produtivo.

Almir Aparecido Torcato, Gestor Corporativo da Canaoeste

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