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Café com a Canaoeste

12/08/2021 08:00

Na manhã do dia 16 de julho, segundo dia do 17º Agronegócios Copercana, a Canaoeste, que visa defender os direitos e os interesses dos produtores de cana junto às indústrias e ao governo através de representação e serviços de excelência, reuniu para a live “Café com a Canaoeste”, alguns dos seus profissionais, sendo eles: o gestor corporativo, Almir Torcato, que atua na linha de frente com relação a custos de produção, Consecana, discussões que envolvam os interesses da classe e informações relativas ao RenovaBio, projeções de safra e outros assuntos corporativos; o gerente de soluções integradas, Thiago Silva, para discorrer sobre o fator qualidade, laboratório de sacarose da Canaoeste, aplicação do Consecana, ATR relativo e preço de fechamento final da safra; o advogado, Juliano Bortoloti, responsável pelo atendimento direto ao produtor associado em tudo o que envolve questões jurídicas com relação a cana-de-açúcar; a gestora técnica responsável pela área agronômica, Alessandra Durigan; o gestor geoambiental, Fábio Soldera, para falar sobre questões ambientais, agrárias e incêndios em cana-de-açúcar, e o engenheiro-agrônomo André Volpe, que atua na área técnica e no atendimento dos produtores associados e que, na ocasião, abordou o uso de tecnologias e arrendamento.

Produtividade

Na oportunidade, Alessandra Durigan comentou sobre a produtividade agrícola e destacou que os números estão menores nessa safra e isso se deve aos menores volumes de chuva que foram observados em 2020 e que persistiram em 2021. “Para se ter ideia janeiro/fevereiro/março/abril/maio de 2021 choveu cerca de 30% a menos do que a média histórica e isso é muito impactante para o desenvolvimento do canavial. A maioria das áreas que acompanhamos encontram-se com a cana pouco desenvolvida, os canaviais estão falhados, as canas estão isoporizadas e perdendo peso e isso reflete na queda da produção. Temos que lembrar também que 2020 por conta de toda essa seca aconteceram inúmeros incêndios que agravaram mais essa situação”, disse a gestora técnica da Canaoeste que ainda destacou que a quebra de safra deve ser ao redor de 15% e em algumas regionais da Canaoeste pode chegar a 20%. “Hoje no acumulado que a Unica apresenta, essa quebra está por volta de 10%, mas deve ser maior. Em contrapartida, a qualidade da matéria-prima que é o ATR – a quantidade de açúcar produzida por tonelada de cana, esse índice está bom. Os números estão ligeiramente maiores do que a safra passada é uma questão muito favorável à produção de cana”.

Queimada

Soldera falou sobre a questão das queimadas e o que a Canaoeste está propondo no sentido de prevenção e fez um alerta para que os produtores redobrem os cuidados em relação à mitigação de incêndios devido ao ano seco e que provavelmente deve acarretar em um período com aumento de incêndios. “Agora é hora de o produtor realizar limpeza dos aceiros e mantê-los limpos, ou seja, com 6 metros de largura, livre de plantas daninhas e folhas, e material combustível que venha a propagar incêndios”, disse o gestor geoambiental da Canaoeste.
Recentemente, a Polícia Ambiental iniciou uma operação denominada “Operação Huracan”, para vistoriar as propriedades rurais e verificar as situações dos aceiros. “Estamos enfrentando um período de seca e é primordial cuidar e manter os aceiros regulares”, alertou Soldera. Além do trabalho de mitigação, ele ainda chamou atenção em relação a caso de multas quando os produtores não atendem aos critérios estabelecidos da portaria CFA – Coordenadoria de Fiscalização Ambiental. “É gerado um ato de infração ambiental e o produtor rural tem que comparecer à sede da Polícia Ambiental para uma conciliação. Eu gostaria de ressaltar que a Canaoeste disponibiliza um advogado e um engenheiro- agrônomo para acompanhar os associados neste momento de atendimento ambiental é um diferencial que oferecemos para os associados”, pontuou.
O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, por sua vez, comentou que no passado os produtores que tinham fogo em suas propriedades eram multados e hoje é um pouco diferente por conta da evolução legislativa. “Na ocorrência desses incêndios não controlados que acontecem, se o produtor demonstrar que observou alguns critérios objetivos, não é multado”, disse Bortoloti. Ele ainda salientou que para combater os incêndios é importante que o produtor fique atento às regras legais que a Canaoeste faz, inclusive às cartilhas com orientações e as recomendações da equipe de agrônomos.

Qualidade

A Canaoeste conta nesta safra com 18 operadores de inspeção de qualidade que são treinados anualmente garantindo a confiabilidade das análises e aplicação das normas do Consecana. Outro ponto a ser destacado é o prêmio de qualidade – um prêmio associado à qualidade da matéria-prima, que foi instituído no Consecana e tornou-se referência. “Na safra passada, 60% das canas entregues pelos nossos associados tiveram essa premiação, que foi na média de 2,4 quilos de ATR a mais do que ele receberia. Para ter acesso a esse prêmio, o produtor precisa entregar sua cana numa maturação correta e com menor impureza possível para ter um ganho de pureza em relação à pureza da usina na quinzena e, para isso, ele precisa realizar um manejo correto. O departamento técnico agronômico da Canaoeste pode fazer essa indicação para uma colheita de qualidade. É importante também que o produtor tenha uma sistematização da área adequada e isso pode ser feito através da geotecnologia da Canaoeste. Temos várias ferramentas que podem ajudar o produtor na conquista desse prêmio”.

Mercado

De acordo com a gestora técnica, Alessandra Durigan, em relação a mercado, preço de cana, deve haver uma queda de produtividade, porém, por outro lado, segundo Torcato, deve um incremento na qualidade que é a quantidade de ATR por tonelada de cana entregue. Contudo, um impacto importante na produtividade (toneladas/hectare) deve ser observado. “O preço do ATR para essa safra está com uma perspectiva muito boa. Quando o preço está bom, é preciso ter produtividade. Não adianta só ter preço e não ter cana para vender. Uma coisa tende a compensar a outra, trazer certo equilíbrio. Vimos que a maior participação da valorização do preço da ATR tem a ver com a desvalorização do real e, quando falamos de insumos (em sua grande maioria atrelado a preço de dólar) impacta significativamente no custo de produção. Temos aí um equilíbrio, e ainda bem que temos, pois seria injusto comprar insumos em dólar e vender nosso produto final sem sincronia”, disse o gestor corporativo, que ainda aconselhou “É preciso ter parcimônia. Vamos ter um pouco de cautela é safra de preços bons, mas vamos correr atrás para ter produto”.

Tecnologia

O uso das tecnologias vem sendo difundido e adotado na agricultura e, na cana-de-açúcar, não é diferente. A cultura tem buscado cada vez mais novas tecnologias para conseguir ganhos de eficiência e de produtividade e o departamento técnico da Canaoeste disponibiliza ferramentas tecnológicas aos seus associados no sentido de contribuir para que tenham bons resultados. O departamento de geotecnologia da Canaoeste oferece algumas soluções tecnológicas, como os mapas de biomassas. “Por meio desses mapas temos a possibilidade de oferecer aos associados um serviço mais dinâmico. O mapa de biomassa é gerado a partir de imagens de NDVI e gera índices de vegetação. A partir desses índices conseguimos acompanhar o desenvolvimento vegetativo dos canaviais ao longo de toda a safra” disse Volpe, engenheiro-agrônomo da Canaoeste. Outra tecnologia destacada pelo profissional é o uso de drones. A Canaoeste disponibiliza dois drones para o serviço de levantamento de campo, como falhas e plantas daninhas. “Essas tecnologias estão aí para auxiliar como ferramentas de gestão e de tomadas de decisão, são técnicas complementares que vieram para contribuir com o trabalho no dia a dia e as operações do produtor rural e estamos aqui para orientar e tornar mais eficiente e rentável o negócio do produtor rural”, afirmou Volpe.

Arrendamento x produção de cana

Você consegue dedicar seu tempo de forma integral ao seu negócio? A produção de cana-de-açúcar é sua atividade principal? Se sim, a produção de cana vai ser rentável e você conseguirá driblar os desafios de forma muito mais eficiente do que um arrendamento. Caso tenha outra profissão ou negócio e não consiga dedicar o tempo adequado para tocá-lo, aí sim podem surgir dificuldades operacionais e, com certeza, terá que fazer um esforço extra para se tornar rentável. Nesses casos, o arrendamento pode ser uma opção, mas é bom frisar que geralmente com resultado menor. Na grande maioria das vezes, o arrendamento tem um resultado financeiro menor quando comparado à produção de cana.
A questão contratual também é algo que deve ser pensado na hora do arrendamento. “É muito importante que antes de assinar qualquer contrato, o produtor associado vá até a Canaoeste para que seja feita uma análise do documento e até mesmo que faça esse documento junto à associação dentro das normas legais. Temos uma equipe especializada para isso. Um contrato bem-feito é de suma importância para evitar dor de cabeça ao longo desse período de produção”, disse o advogado da Canaoeste.

Escrito por: Fernanda Clariano

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